19 de Janeiro de 2005 às 14:34
MT espera multiplicar exportações para países visitados
Secom/MTA intensificação dos negócios com a Bolívia, Peru e Chile, poderá aumentar as exportações mato-grossenses em até cinco vezes, estima o secretário de Projetos Estratégicos, Cloves Vettorato. Os resultados poderão aparecer a partir dos contatos que serão realizados pelo governo do Estado e empresários de Mato Grosso que partem no próximo sábado (22.01) para a 4ª Expedição Estradeiro ? desta vez com destino internacional e que incluirá na delegação comandada pelo governador Blairo Maggi, secretários de Estado, deputados estaduais, federais, senadores, diplomatas, empresários e jornalistas. "Será uma viagem técnica e esperamos que nesse Estradeiro tenhamos condições de também incrementar as exportações dos negócios bilaterais com os países andinos", disse Vetoratto na noite de terça-feira (18.01), ao participar do programa Terceiro Mundo da TV Record, em Cuiabá. Ao lado do assessor de Comércio Exterior da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Serafim Carvalho, Vettorato falou das expectativas em torno da expedição. Ele espera que os resultados positivos obtidos depois que uma comitiva liderada pelo Governo de Mato Grosso esteve na China também se concretizem partir deste estradeiro. "O resultado da viagem à Ásia já aparece no volume de exportações de Mato Grosso que cresceu substancialmente de 2003 para 2004", disse Vettorato. Segundo Vettorato, atualmente Mato Grosso exporta para Bolívia, Peru e Chile em torno de US$ 50 milhões e importa US$ 60 milhões. O saldo negativo na balança se deve ao gás natural que a Bolívia exporta para o Estado a partir de Santa Cruz de la Sierra. "Isso pesa na balança comercial, mas é possível quintuplicar os negócios com esses países na medida em que se melhore a infra-estrutura das estradas melhorando, assim, o acesso ao Pacífico", disse o secretário. Para isso é indispensável que se viabilize o asfaltamento de um trecho de cerca de 420 quilômetros entre San Mathias, já na Bolívia, e Concepción, trajeto para Santa Cruz de la Sierra. "Esta viagem é para conhecer quais são as dificuldades e os problemas de infra-estrutura", reforça o secretário. PPPs ? Com a aprovação do projeto do Governo Federal das PPPs (Parcerias Público-Privadas), crescem as possibilidades de se conseguir financiamento para a pavimentação desse trecho já na Bolívia. "O PPP chegou em boa hora. Esse será um dos assuntos que discutiremos num seminário que será realizado em Cuiabá após o Estradeiro, nos dias 2, 3 e 4 de março", explicou Serafim Carvalho. Durante a Estradeiro, o governador Blairo Maggi irá convidar pessoalmente os governadores das regiões por onde passar, inclusive o presidente da Bolívia, Carlos Mesa, com quem terá uma audiência em La Paz no dia 25. Para Vettorato, o incremento das relações comerciais e também o desenvolvimento do turismo passam pelo asfaltamento do trecho na Bolívia. O turismo pode ser incentivado com restabelecimento de um vôo entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra que está em estudo e será discutido durante a Estradeiro. "Com a criação desse vôo, Cuiabá que hoje está de costas para o pacífico e para a possibilidade de turismo nos Andes, fica de frente. Porque é mais rápido e barato ir para os Estados Unidos embarcando em Santa Cruz do que em são Paulo", explicou. Além das Audiências com empresários, governadores e prefeitos de pelo menos 13 cidades a serem visitadas, a comitiva que será composta por pelo menos 116 pessoas visitará ainda no Peru (Matarani, Ilo e Arica) e Chile (Arica, Iquique), que hoje são sub-utilizados e por onde o Brasil poderia escoar parte da produção nacional para o Oriente. Porém, segundo Vettorato, o estradeiro não tem apenas como objetivo a alternativa de escoamento de commoditties (soja, milho), mas também melhorar as relações bilaterais na questão do comércio, turismo e cultura. "Para isso serão assinados alguns protocolos de intenções onde estamos levando algumas idéias interessantes para serem discutidas com esses países", informou. De acordo com Serafim Carvalho, o processo de integração do Brasil e os países andinos não está inviabilizado, mas tem que se quebrar as culturas já existentes e que são resistentes. "Existem muitos acordos feitos entre os países e que não chegam ao conhecimento de quem trabalha nas aduanas, nas fronteiras. Tudo isso atrapalha", disse o assessor de comércio Exterior da Sicme. Os contatos que serão realizados poderão melhorar as relações e ajudar a derrubar algumas barreiras. "Ficou definido que nos encontros falarão apenas os dois governadores (Maggi e o dirigente local) para sobrar mais tempo de empresários e autoridades tratarem de assuntos de seus interesses", explicou Carvalho, que integrou a equipe precursora de sete pessoas que esteve visitando os três países entre os dias 4 e 13 deste mês. A equipe precursora percorreu mais de 5.400 (ida e volta) e fez contatos com autoridades na Bolívia em San Mathias, San Ignácio, Santa Cruz de la Sierra, Cochabamba, La Paz. Passaram por Desaguadero, na fronteira com o Peru, passaram na cidade de Puno (ao lado do lago Titicaca), Arequipa, visitaram as cidades portuárias de Matarani, Ilo, Tacna e seguiram para o Chile onde estiveram em Arica e Iquique. O retorno para o Brasil foi via Pisiga (fronteira cm a Bolívia) e Oruru chegando novamente em Cochabamba.